segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PROJETO BUS BIKE



Entre 2003 e 2005 tive a honra de participar de um audacioso projeto chamado BUS BIKE. Quando iniciamos, ainda fazia parte do quadro de estagiários da empresa que intermediou o trabalho. Por meio de Daniela Andrade, diretora da Publicità Comunicação Integrada, conheci Marcos Alves. Tratava-se de uma ideia meio maluca deste empresário carioca, que consistia basicamente no encontro entre uma academia e um ônibus. Explico melhor: aulas de spinning seriam ministradas no interior do veículo, em movimento, percorrendo toda a orla do Rio de Janeiro.

Participei diretamente do conceito e da criação da marca gráfica, além de várias peças da identidade visual, inclusive do layout do ônibus. Apesar da pressão e da inexperiência, foi ótimo iniciar a carreira com um grande desafio. Ver aquele design inicialmente rascunhado na mesa de casa ganhar vida passeando pelas ruas da cidade maravilhosa foi uma sensação incrível! Pena que o projeto durou tão pouco tempo. Apesar do curto período de vida, uma divulgação bem abrangente foi realizada por meio de diversas mídias.


Pois bem, resolvi revisitá-las. Já não é de hoje que v
enho procurando vídeos e matérias para disponibilizar aqui no blog. Deixo alguns links para vocês conhecerem o projeto:

Band (no programa do Otávio Mesquita):
Revista Trip:
Revista Corpo a Corpo:
Divulgação:
Revista AcadBrasil:

Abraços

sábado, 2 de outubro de 2010

CINE HQ



Acredito que todos nós - em algum estágio da vida - já tivemos em mãos, alguma história em quadrinhos. De Maurício de Souza e Ziraldo aos X-MEN, mangás, tirinhas de jornal, livros de cursos de inglês ou mesmo aquelas cartilhas de posto de saúde, não importa, os quadrinhos sempre estiveram por aí, como entretenimento, função social ou simplesmente como um disseminador de cultura. Hoje, vemos que este meio vem ganhando força e extrema relevância - assim como os livros - numa área sempre sedenta, por vezes carente, de novas ideias: o cinema.

Muitas vezes não nos damos conta de que aquele filme em cartaz, foi produzido a partir de uma HQ. Temos alguns exemplos, recentes ou não, desta invasão que já não é, para muitos, nenhuma novidade. Sin City (de Robert Rodriguez baseado na obra de Frank Miller); 30 dias de noite (de David Slade baseado na obra de Steve Niles e Ben Templesmith); Hellboy (de Guilhermo Del Toro baseado na obra de Mike Mignola); Estrada para perdição (de Sam Mendes baseado na obra de Max Allan Collins e Richard Piers Rayner); Substitutos (de Jonathan Mostow baseado na obra de Robert Venditti e Brett Weldele); V de vingança (de James McTeigue baseado na obra de Alan Moore); Constantine (de Francis Lawrence baseado no personagem criado por Alan Moore); Watchmen (de Zack Snyder baseado na obra de Alan Moore e Dave Gibbons); o badalado Avatar (de James Cameron) envolvido em polêmica sobre um possível plágio de uma HQ da Marvel (Timespirit, de 1984); e até 'A origem', de Christopher Nolan, comparado a uma história do Tio Patinhas. Dá uma olhada nisso:

E ainda sobre o filme de Nolan, antes do seu lançamento foi publicada no site oficial, uma HQ que ajuda a entender o início da trama. Um episódio que antecede a ação do longa. Veja a matéria no G1:

Já andei lendo que a graphic novel 'Y-O último homem', de Brian Vaughan e Pia Guerra (vencedores de três prêmios Eisner, o Oscar dos quadrinhos, como melhor série) tem tudo para fazer parte desta filmografia. Uma obra excelente, diga-se de passagem, já lançada aqui no Brasil. Indico sem medo de errar!

Nem sempre as adaptações são dignas de aplausos, vale registrar, criticadas pelos próprios criadores (Alan Moore que o diga) por não serem fiéis aos originais, principalmente quando estes possuem muitos fãs. Mas a verdade é que trata-se de um universo repleto de conteúdo cinematográfico, e que em boas mãos, renderão grandes filmes. Definitivamente, não se pode negar. E há muito ainda por vir. Não medirei palavras para dizer que grandes roteiros estão fragmentados em quadrinhos. Aliás, não só estes, mas indicações para a fotografia e demais elementos que compõem uma cena. Esta tudo ali!

Lembro-me de ter ido a uma palestra na FNAC Rio, há alguns anos, cuja pauta, entre outros assuntos, era o uso das HQs como canal de testes para os grandes estúdios de Hollywood. Um verdadeiro laboratório para roteiristas e personagens. Poderiamos dizer então que editoras e artistas são um dos centros catalizadores de ideias para uma indústria tão forte como a americana, que vem apostando constantemente em sequências e remakes? Penso que não só Hollywood, mas qualquer produção ao redor do mundo deveria olhar com bastante atenção para o universo das HQs. No Brasil, por exemplo, existem ótimos artistas e roteiristas criando obras interessantíssimas, como Gabriel Bá, Fábio Moon e Rafael Grampá, com uma estética visual que faz sucesso mundialmente; André Diniz e Antônio Eder, com uma abordagem a valorizar a história e personagens essencialmente brasileiros, dentre outros. Espero vê-los, algum dia, numa sala de cinema. Quadrinhos não é sinônimo de histórias de super-heróis. É muito, mas muito mais que isso!

Então, quando você estiver em busca de um certo filme, talvez seja melhor frequentar uma banca de jornal primeiro. Aquele que pensou em ver, pode estar lá, em quadrinhos.

Deixo aqui alguns links para ilustrar e oferecer mais informações sobre o assunto. Divirtam-se!

Abraços!

domingo, 29 de agosto de 2010

A COPA DA ÁFRICA



Desde os primeiros minutos após sua apresentação oficial, o logo da 'nossa copa' tem sido alvo de muita polêmica. E com razão. Muito se fala no meio, da busca pelo design essencialmente brasileiro, a ser exposto de forma que represente a 'cara' do país para o mundo. Pois bem, eis que surge uma oportunidade grandiosa para tal feito. Um evento de proporções imensuráveis para o ovacionado 'país do futebol', onde poderiamos mostrar a imensa competência e relevância dos grandes profissionais do design nacional. Pelo visto, não foi o que aconteceu. O que nos foi 'presenteado' não é, nem de longe, o melhor trabalho para representar o Brasil no hall das grandes copas. Se bem que as copas nunca foram uma forte referência em termos de grandes logos.

A defesa conceitual feita pela FIFA é ótima, nos define com eloquência, cita nossas características, fala da importância das cores, da identidade do povo e da relação com o esporte em pauta, mas confesso que não é o que vejo na representação gráfica. Fica uma sensação de que não houve um processo de construção contundente. A ideia da taça é comum a todos os países. Eu gostaria de ver algo genuinamente brasileiro, tanto no símbolo como na tipografia. Acho que quem recebe um evento mundial, deve mostrar algo particular aos outros. Nós oferecemos o nosso país ao mundo. Quem oferece a taça é a FIFA, não somos nós. Bem, no fim, ela poderia ser simplesmente bonita, mas infelizmente, também não é. Isso sem mencionar como tal desenho foi eleito pelas entidades competentes, tendo a frente personalidades de outros meios como a cantora Ivete Sangalo e a modelo Gisele Bundchen, descritas como capacitadas para serem 'juízes'. Sem falar na ética, extremamente questionada, pois não se sabe ao certo como foi o processo de seleção das agências participantes.

Bom, polêmicas a parte, a vencedora foi a mega agência 'África', com o logo 'inspiração'. A copa de 2014 é da África!
Como bem disse o Daniel Campos, do ótimo blog logoBr (que por sinal traz uma profunda análise gráfica e de bastidores do caso), tomara que as aplicações futuras do logo nas peças promocionais, de alguma forma, amenizem a nítida ausência de identidade. Em se tratando da envergadura do vencedor - assim como acontece no futebol, quando um grande time vence sem jogar bonito -, o que posso dizer é que ficaram devendo. Para um aprofundamento maior acessem:

Um abraço

sexta-feira, 30 de julho de 2010

DEIXE O BRANCO SER BRANCO



É comum ver pessoas sensíveis ao branco. Causa desconforto. E são muitas. Talvez você seja assim, como já fui um dia. Não falo daquele efeito causado por uma forte incidência de claridade ou algo do gênero. Falo do branco como parte de uma criação com objetivo claro e definido. O que muitos profissionais chamam de 'branco conceitual'. Ele é visto como 'ausência' e, de fato, realmente é, mas esta tem uma razão de ser, mesmo que questionada.

Não se trata de preguiça ou 'inadimplência criativa' do designer, trata-se de uma aplicação consciente para que a mensagem seja absorvida sem interferências ou excessos. Já ouvi muitos dizerem que se estão pagando por um trabalho, como aceitar uma página vazia? Querem uma solução criativa, hora! Retruco então: e quem disse que não é? Para se destacar em meio a tanta informação, num caos de cores e textos, com o objetivo de chamar a atenção, o vazio fala mais alto. Evidente que, se for levado ao pé da letra, e você deve ter pensado nisso, não haveria necessidade de um processo de criação, sendo sempre a alternativa mais acessível. Isso é verdade. Se não existe uma boa justificativa, joga no 'branco conceitual'! Essa é exatamente a diferença entre os que desenvolvem com conceito e aqueles que o usam como subterfúgio.

Lembro-me agora do poster do filme Scarface, imortalizado por Al Pacino. Um legítimo branco clássico! Temos a revista 'vida simples', da editora abril, como um excelente exemplo de projeto gráfico que 'abraça' o branco de forma que este encontra-se intrinsicamente no propósito da publicação. Desde a singela imagem contida na capa até a última linha da última página, a revista deixa explícito que cada elemento alí é fruto de um processo bem estruturado. E o branco é aquele que se destaca por destacar os outros. Ainda podemos encontrar diversos exemplos, basta dar um passeio pela banca mais próxima ou em lojas como a tok&stok. Acredito que exista uma tendência quanto a essa linha de design, e isso não se restringe ao mercado editorial.
Vamos deixar que o branco seja mais que apenas o fundo do papel!

Abraços

quinta-feira, 24 de junho de 2010

ROCK VIA SATÉLITE



Dia 22 de junho de 2010 foi um dia histórico. Ao redor do mundo, sem sair do lugar, vimos e ouvimos rock via satélite direto de Sofia, na Bulgária. Na internet? Dessa vez não. Foi dentro de um cinema. Eis que estamos diante de uma nova forma de interagir com a música. Uma experiência inovadora, muito divertida e curiosa! Participei do evento na rede UCI do New York City Center, aqui no Rio.

Quatro das maiores bandas do mundo, chamados de 'the big four' - diga-se Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax - tocaram num festival itinerante chamado Sonisphere, que está percorrendo a europa. Será uma tendência para os próximos anos? Na impossibilidade de acompanhar sua banda ou cantor favorito ao redor do globo, ou até mesmo no nosso próprio país, teremos a chance de fazer parte da audiência. Som alto e imagens em ângulos que te levam para dentro do show. É verdade que não foi exatamente um show em tempo real, com algumas edições, alguns atrasos e interferências na transmissão ocorreram aqui e ali mas no geral foi algo bem interessante.

Evidente que o calor daquele momento, vivenciado no próprio ambiente do show nunca será igual mas valeu a experiência. Independente do estilo e gosto musical de cada um, o que realmente importa é a forma como nos conectamos. Que venha o próximo! Conheça mais sobre o evento no site oficial:

Abraços

quarta-feira, 9 de junho de 2010

MARCA BRASIL



A marca Brasil é forte. Tem muita história pra contar. A história de cada um. De cada brasileiro que estará em campo em mais uma copa do mundo. Falo dos jogadores, de você e de mim. Das lembranças que a cada quatro anos retornam, nos alimentam e repousam em nossas mentes. O mundial invade a vida de todos trazendo não apenas o triunfo da bola ao deslizar em redes adversárias, o delírio das arquibancadas e uma taça erguida aos céus. A copa mostra quem somos.

Quem teve o prazer de acompanhar a série de reportagens apresentada pelo jornalista Tino Marcos no Jornal Nacional da Rede Globo sabe a que me refiro. Uma aula sobre como tratar um tema de forma que este atinja aqueles que nem sabem, ou não se importam em saber, quantos jogadores fazem parte de um time. Muito além do futebol, nossos jogadores foram expostos em sua origem. Aquilo que faz de uma marca, uma marca forte: a sua essência. A postura emocional diante da rigidez que a vida nos impõe. Pudemos ver como um nome é construído, reconhecido e valorizado.

Contada pelos próprios jogadores, familiares e amigos, a série emociona. Emociona por ser verdadeira. Por ser real. Isso nos aproxima. Sabemos agora que, aqueles que conduzem a bola em dias de copa, carregam mais que um símbolo, cores e grafismos estampados na camisa. Carregam na alma.
Que venha mais um título! Veja os videos em 'série seleção':
http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional

Abraços!

domingo, 6 de junho de 2010

PROJETO BUELLBR



De volta aos posts. Ausente devido a mais uma mudança nestes meus dez anos de Rio de Janeiro, completados recentemente. Bom, caixas de papelão a parte, vamos as novidades. Fui convidado por um amigo, Jessé, para fazer a estampa das camisas da galera da BuellBR para um encontro em São Bento do Sapucaí-SP. A ideia deles foi fazer uma brincadeira com o slogan 'Real men ride twins', explorando a imagem da 'buell' com duas garotas. Um trabalho de organização de informações, proporção, tipografia e vetores. Manusear uma marca tão reconhecida nesse meio foi gratificante e novo para mim. Muito legal ter participado, de certa forma, deste evento. Saber que todos gostaram e ver a estampa passeando entre a galera foi e está sendo um prazer enorme. Agradeço a todos pela oportunidade! Para aqueles que não conhecem as motos Buell, deixo aqui o site oficial:
Abraços

sábado, 24 de abril de 2010

ANALOGIAS E INTERPRETAÇÕES


Sempre gostei de analogias. Como diz o dicionário: o ponto de semelhança entre coisas diferentes. Falar sobre algo através de linhas de pensamentos que percorrem vastos terrenos distantes da ideia que se deseja comunicar inicialmente. Fugir do literal. Não se trata da famosa 'enrolação' ou do 'falou, falou e não disse nada'. Chamaria de ilustração, um recurso para enriquecer o tema, até mesmo contribuindo para uma melhor percepção e entendimento por parte do leitor e/ou ouvinte. Cito como exemplo as diversas analogias que fazemos - em diversas situações cotidianas - com o futebol. Este esporte ilustra e exemplifica o empenho, objetivos, metas, conquistas que temos diariamente, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Até mesmo nas derrotas. Isso mostra que certos vocabulários estão enraizados em nossa cultura que colocá-los somente em seus lugares de origem é praticamente impossível. Além de perdermos uma boa oportunidade de 'divagar'! Bem, em tempos de copa do mundo então, só dá futebol!

Na minha profissão, gosto de 'brincar' com as táticas futebolísticas - como tantos outros, um amante - mas existe um ofício que aprecio demais o fervor e a intensidade da forma como este se manifesta: atuar. A maneira como o ator interpreta, como constrói o personagem, como se comunica é fascinante. Conhecendo e entendendo o processo que o leva a tal façanha é ainda melhor. Quão rico é ver como a pesquisa foi feita, as referências, os laboratórios, o contato 'na pele' com aquilo que se almeja dar vida, para que o processo de construção seja materializado, ganhe e ofereça 'veracidade' ao público.

Lembro de ter lido em uma entrevista do ator Caio Blat, uma frase que dizia mais ou menos assim: 'o grande ator é aquele que consegue desaparecer no personagem'. Uma ótima definição. A entrega total, aliada a técnica e a sensibilidade de quem e para quem está criando. Temos notícias de atores que se entregam de tal forma que chegam a ganhar ou perder quilos e quilos. Uma imersão que vai muito além dos textos. Christian Bale, conhecido por interpretar o 'Batman', emagreceu tanto (mas tanto!) para fazer o filme 'O operário' (ótimo!!!) que chega a ser surreal o seu estado físico!


Interpretar faz parte deste ofício tanto quanto do design, para quem cria e para quem vai consumir. O processo é o que nos aproxima. É o que valoriza e dá consistência ao trabalho. Sem processo, sem entrega, não existe construção. Existe apenas o improviso. Como os atores, improvisar é um ótimo recurso, salva uma cena, uma apresentação e demonstra capacidade em situações de risco. Mas nada substitui o controle proveniente de um verdadeiro processo de criação. E este, muitas vezes solitário, é o que nos dá confiança para enfrentar o público.
Abraços!

domingo, 18 de abril de 2010

DESIGN COM PIPOCA [2]



Fui ver 'O livro de Eli' e não poderia deixar de registrar mais uma bela atuação de uma marca no contexto do filme. Desta vez temos a 'Motorola', a tecnologia sobrevivente do fim do mundo! Aqui temos outra indicação para o Oscar de melhor inserção de um patrocinador. O filme tem no elenco - além de Denzel Washington -, um grande mestre da arte de atuar: Gary Oldman. É impressionante a sua capacidade de ser 'vilão'! Ótimo ator! Lembro-me de um grande filme, entre vários que ele fez: 'O profissional', ao lado de Jean Reno. Obrigatório!
Bom, voltando ao longa, este conta a jornada de um homem - uma espécie de profeta que caminha pelo deserto por cerca de 30 anos - em um mundo pós-apocalíptico, com o objetivo 'cego' de proteger e levar um livro (a última bíblia da terra) para o oeste. Oldman interpreta um ditador que quer a todo custo tomar posse dessa bíblia para obter o 'poder através das palavras certas'. Seu personagem diz algo como: 'Se fizeram isso uma vez (referindo-se a Cristo, evidentemente), farei novamente. Tudo que preciso saber encontra-se naquelas páginas'.
'O livro de Eli' tem muito de 'Mad Max', sem aquela ambição pela gasolina. Neste, o 'tesouro' é a água, controlada e distribuída em cotas pelo ditador. Mas acho que no fundo, no fundo, o filme fala sobre o poder da 'comunicação' numa terra de volta a fase zero. O recomeço do próprio ato de se comunicar. De volta a forma básica, ao núcleo base do ser: a palavra. Seja através das atitudes daqueles que possuem um 'passado' e fazem uso dele para manipular os mais jovens, das páginas de um livro ou da tecnologia remanescente. Trata-se de uma boa produção, as vezes lento em demasia, com boas atuações e um enredo atemporal. Pensei comigo ao sair do cinema: como seria o mundo, pós-apocalíptico, se todos os mais velhos morressem e apenas crianças que não tiveram tempo de 'conhecer a vida', de criar referências, sobrevivessem? Seria este o caminho para a purificação do planeta? Ano um?
Abraços

domingo, 28 de março de 2010

INIMIGO DA REALIDADE



Tomei um susto ao entrar na internet na manhã de domingo, após o café, e me deparar com a notícia de que existe uma lei em pauta que almeja limitar o uso dos recursos do photoshop na publicidade. Veja matéria no link:


Um susto engraçado já que o autor da possível lei, o deputado paraense Wladimir Costa (PMDB-PA) além de não possuir vínculos com o meio publicitário é cantor de música brega, e de acordo com a matéria, um radialista sensasionalista. Isso sem falar que o sujeito aparecia só de cueca durante a campanha para sua candidatura.

Bom, é melhor não seguirmos por este assunto. Então pensei: como seria feita essa fiscalização? Criaria-se uma nova profissão, o 'fiscal de photoshop'? Este não seria o responsável pela fiscalização das licensas dos softwares, não não, seria aquele que passaria a frequentar as agências de publicidade, permanecendo horas a fio ao lado do profissional que manipula as imagens dizendo o grau de intensidade e quais os filtros poderiam ser utilizados? Haveria ainda uma comissão julgadora para avaliar o material e 'carimbar' o selo de 'liberada para publicação' ou algo do tipo 'Parental Advisory Explicit Photoshop', como nas capas dos cd's de rock? E a pessoa 'photoshopada(!)'? Esta passará a se manifestar, defender ou acusar os profissionais pelo uso abusivo de efeitos? Teremos um contrato onde esta assinará que tais transformações poderão ser feitas? As exigências serão formalizadas? A mídia será avaliada após ser publicada, por órgão similar ao CONAR, por exemplo, ou pelo próprio? Caso complicado.

Vamos esperar para ver o desdobramento desta história. Quero ver a opinião dos profissionais de comunicação e até mesmo algo mais concreto vindo deste projeto de lei. Acredito que o julgamento já é feito pelos consumidores e que, por parte dos profissionais deveria haver bom senso no uso do software. A farsa dura pouco tempo. A internet mostra a verdade rapidamente. E todos já sabem que fotos de modelos, BBBs, atores, atrizes são manipuladas. No fim das contas, o que vemos são personagens criados para transmitirem uma mensagem, seduzir, mexer com nossos desejos e intenções. Cabe a cada um 'comprar a história' ou não. Seria então o nosso photoshop o inimigo 'número 1' da realidade?


Abraços

segunda-feira, 1 de março de 2010

DESIGN COM PIPOCA [1]



Aquele filme que permanece na mente ao sair do cinema, faz companhia no caminho para o banheiro após uma sessão regada a muito refrigerante e pipoca, divide a mesa com a namorada, o vinho e a pizza, vai para a cama e senta para tomar café as 11h da manhã do dia seguinte não poderia receber outro título se não o de "este é para ter em DVD". 'Simplesmente Complicado (It´s Complicated)' que estreiou dias atrás é um desses. Se já não bastasse a trinca de atores estrelados (Meryl Streep, Alec Baldwin e Steve Martin) ainda tem a diretora e roteirista Nancy Meyers (Alguém tem que ceder) e um desconhecido ator (pelo menos pra mim) coadjuvante do coadjuvante que faz pequenas intervenções hilariantes enriquecendo ainda mais o filme. Isso sem falar da ótima 'atuação' da Apple na melhor cena cômica do filme, digna de aplausos e muitas mas muitas gargalhadas! A forma que os produtores encontraram para inserir a marca merece um 'oscar'. Aliás, a Academia poderia criar uma nova categoria: melhor inserção de marca patrocinadora no contexto do filme. Se você ainda não viu, a foto abaixo dá uma prévia.


O filme gira em torno de um casal divorciado que, após 10 anos, reascende o desejo um pelo outro, configurando um 'caso', já que o ex-marido (o Alec Baldwin não tem realmente 'cara' de ex-marido?) casou-se novamente. Aí começa uma sucessão de encontros secretos ( para não dar pistas aos filhos) deixando a ex-mulher (Meryl Streep, sempre ótima) numa situação cada vez mais complicada diante de uma vida sempre muito correta. E é assim que defino o longa: correto e equilibrado em todos os aspectos, como sua personagem principal. Mesmo que em alguns momentos ela seja cúmplice do ex em atividades ilícitas, tudo está sempre sob controle. Tudo é sempre resolvido com um bom diálogo, maturidade e respeito conquistados com a sabedoria do tempo. Não posso esquecer de elogiar a tradução do título original (desculpe o trocadilho mas dessa vez não complicaram) e o cartaz de divulgação. Repare que entre os nomes dos atores principais, está o do Steve Martin, dono da personagem que fica no meio de toda a confusão. A fonte é serifada - aplicada tanto nos nomes quanto no título -, sugerindo classe e requinte. Uma feliz e pertinente escolha para representar atores maduros, com longo tempo de atividade. Outro ponto é a presença do branco envolvendo o casal. Transmite leveza, paz, suavidade, elementos que o filme nos oferece. Vale a pena pelo enredo, atores, cartaz e a...Apple!

abraços

domingo, 7 de fevereiro de 2010

AGRADECIMENTO AO PORTAL CATAGUASES

Gostaria de registrar aqui, mesmo com atraso, meus agradecimentos aos amigos do 'Portal Cataguases', pela visita ao 'Refinaria77' e inclusão do texto 'Razão & Sensibilidade' no editorial do dia 21 de janeiro de 2010. Muito obrigado por levar ao conhecimento dos leitores deste importante veículo de informação e entretenimento, um pouco de 'design' e, consequentemente, um pouco sobre mais um filho de Minas Gerais! Agradeço mais uma vez o espaço e sejam sempre bem-vindos ao blog! Segue link para visitas:
Um grande abraço a todos!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

RAZÃO E SENSIBILIDADE

Sempre surge alguma polêmica em torno da (re)construção de uma marca, seja no aspecto conceitual - aquilo que antecede a forma - ou no visual - os critérios utilizados para comunicar através dos tipos, das cores e simbolos. Foi assim com o redesign(?) da Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (cedae) feito já há algum tempo, onde lembro que tanto quem foi escolhido para realizar o projeto quanto a forma definida foram alvos de críticas intermináveis. Leia o artigo neste link:
Cito também o redesign do 'Carrefour' e da 'Pepsi'. No ótimo 'logobr' tem uma análise feita de ambas as marcas. Confira:
A verdade é que essa discussão precisa existir e ser traduzida ao público. Restringi-la ao meio é inibir seus efeitos. Afinal, estamos diante de uma profissão que 'vaga', muitas vezes como um fantasma, em nossa sociedade. Ela está aqui, alí, presente diariamente em nossas vidas, esperando ser materializada, reconhecida e valorizada como tantas outras profissões. Em cada trabalho realizado, devemos vender não somente soluções conceituais e gráficas aos clientes, mas algo extremamente valioso: informação. Informação sobre o que, como e a razão de estarmos fazendo isso. De sermos o que somos. Não somos o 'cara' que mexe no photoshop. Avaliamos, analisamos e solucionamos problemas de comunicação. Construimos sistemas visuais de comunicação. É preciso ser didático. Ensinar mesmo. No site da revista abcDesign (já está nos meus favoritos) encontra-se uma descrição e comentários do novo projeto gráfico da Peugeot.
Achei pertinente ao nosso enredo. Em determinado momento do texto surge a questão dos efeitos 3D utilizados na marca. Mas alí, naquela imagem, ele não cumpriu e cumpre o seu papel? A mensagem foi transmitida, não foi? Veja e me responda. Eis então o verdadeiro motivo desta coluna: os efeitos. O efeito da comunicação, o efeito emocional, técnico, o efeito da modernidade, da tecnologia. O efeito de discutir propósitos. Não se trata apenas de 'gostar' ou 'não gostar'. Não se trata apenas da 'mania' de usar recursos 'metalizados' do photoshop e analisar suas aplicações. A ideia é essa mesma. Usa-los. O problema encontra-se na atitude aleatória de se fazer as coisas. Não vamos reduzir tudo a isso. Trata-se de conceitos e contextualizações. É preciso ter amplitude. Sejamos racionais, mas sem perder a sensibilidade.
Qual é o efeito disso?
Até breve!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

DESIGN FOOTBALL CLUB [2] _UEFA EURO 2012



Bem legal a apresentação da marca da Copa da UEFA EURO 2012. Valorizar o processo criativo incorporando-o a materialização final do projeto é sempre enriquecedor para o designer e um 'plus' para quem vai consumir. Aqui pode-se ver que por trás de traços, cores e vetores, existe uma história a ser contada. Vale a pena conferir.
http://www.youtube.com/watch?v=T9xYpRYpAO8