domingo, 29 de agosto de 2010

A COPA DA ÁFRICA



Desde os primeiros minutos após sua apresentação oficial, o logo da 'nossa copa' tem sido alvo de muita polêmica. E com razão. Muito se fala no meio, da busca pelo design essencialmente brasileiro, a ser exposto de forma que represente a 'cara' do país para o mundo. Pois bem, eis que surge uma oportunidade grandiosa para tal feito. Um evento de proporções imensuráveis para o ovacionado 'país do futebol', onde poderiamos mostrar a imensa competência e relevância dos grandes profissionais do design nacional. Pelo visto, não foi o que aconteceu. O que nos foi 'presenteado' não é, nem de longe, o melhor trabalho para representar o Brasil no hall das grandes copas. Se bem que as copas nunca foram uma forte referência em termos de grandes logos.

A defesa conceitual feita pela FIFA é ótima, nos define com eloquência, cita nossas características, fala da importância das cores, da identidade do povo e da relação com o esporte em pauta, mas confesso que não é o que vejo na representação gráfica. Fica uma sensação de que não houve um processo de construção contundente. A ideia da taça é comum a todos os países. Eu gostaria de ver algo genuinamente brasileiro, tanto no símbolo como na tipografia. Acho que quem recebe um evento mundial, deve mostrar algo particular aos outros. Nós oferecemos o nosso país ao mundo. Quem oferece a taça é a FIFA, não somos nós. Bem, no fim, ela poderia ser simplesmente bonita, mas infelizmente, também não é. Isso sem mencionar como tal desenho foi eleito pelas entidades competentes, tendo a frente personalidades de outros meios como a cantora Ivete Sangalo e a modelo Gisele Bundchen, descritas como capacitadas para serem 'juízes'. Sem falar na ética, extremamente questionada, pois não se sabe ao certo como foi o processo de seleção das agências participantes.

Bom, polêmicas a parte, a vencedora foi a mega agência 'África', com o logo 'inspiração'. A copa de 2014 é da África!
Como bem disse o Daniel Campos, do ótimo blog logoBr (que por sinal traz uma profunda análise gráfica e de bastidores do caso), tomara que as aplicações futuras do logo nas peças promocionais, de alguma forma, amenizem a nítida ausência de identidade. Em se tratando da envergadura do vencedor - assim como acontece no futebol, quando um grande time vence sem jogar bonito -, o que posso dizer é que ficaram devendo. Para um aprofundamento maior acessem:

Um abraço