domingo, 28 de março de 2010

INIMIGO DA REALIDADE



Tomei um susto ao entrar na internet na manhã de domingo, após o café, e me deparar com a notícia de que existe uma lei em pauta que almeja limitar o uso dos recursos do photoshop na publicidade. Veja matéria no link:


Um susto engraçado já que o autor da possível lei, o deputado paraense Wladimir Costa (PMDB-PA) além de não possuir vínculos com o meio publicitário é cantor de música brega, e de acordo com a matéria, um radialista sensasionalista. Isso sem falar que o sujeito aparecia só de cueca durante a campanha para sua candidatura.

Bom, é melhor não seguirmos por este assunto. Então pensei: como seria feita essa fiscalização? Criaria-se uma nova profissão, o 'fiscal de photoshop'? Este não seria o responsável pela fiscalização das licensas dos softwares, não não, seria aquele que passaria a frequentar as agências de publicidade, permanecendo horas a fio ao lado do profissional que manipula as imagens dizendo o grau de intensidade e quais os filtros poderiam ser utilizados? Haveria ainda uma comissão julgadora para avaliar o material e 'carimbar' o selo de 'liberada para publicação' ou algo do tipo 'Parental Advisory Explicit Photoshop', como nas capas dos cd's de rock? E a pessoa 'photoshopada(!)'? Esta passará a se manifestar, defender ou acusar os profissionais pelo uso abusivo de efeitos? Teremos um contrato onde esta assinará que tais transformações poderão ser feitas? As exigências serão formalizadas? A mídia será avaliada após ser publicada, por órgão similar ao CONAR, por exemplo, ou pelo próprio? Caso complicado.

Vamos esperar para ver o desdobramento desta história. Quero ver a opinião dos profissionais de comunicação e até mesmo algo mais concreto vindo deste projeto de lei. Acredito que o julgamento já é feito pelos consumidores e que, por parte dos profissionais deveria haver bom senso no uso do software. A farsa dura pouco tempo. A internet mostra a verdade rapidamente. E todos já sabem que fotos de modelos, BBBs, atores, atrizes são manipuladas. No fim das contas, o que vemos são personagens criados para transmitirem uma mensagem, seduzir, mexer com nossos desejos e intenções. Cabe a cada um 'comprar a história' ou não. Seria então o nosso photoshop o inimigo 'número 1' da realidade?


Abraços