domingo, 4 de outubro de 2009

EPIDEMIA_TIPO C


É provável que você já tenha notado que estamos vivendo uma epidemia. E isso não é nenhuma novidade. Não, não se trata do H1N1 mas de algo que também vem preocupando, e muito, as autoridades competentes que trabalham diariamente em benefício da saúde da comunicação visual. Estamos diante de uma infestação de tipos, as populares fontes de computador, extraídas daquela ‘caixinha mágica’ disponibilizada por diversos softwares de uso cotidiano, possibilitando aos usuários que manifestem seus anseios criativos de forma textual.

Vemos que muitas pessoas de classes sociais, segmentos e posições distintas na sociedade estão sendo contaminadas diariamente, aumentado o número de casos numa escala assustadora. Os sintomas podem aparecer subitamente ou, em outros casos, pode-se levar mais tempo para serem diagnosticados. A boa notícia é que o combate ao vírus vem sendo tratado de forma constante e com total dedicação por parte dos profissionais.

Sim, existe cura. O tratamento é realizado a partir de uma simples consulta, seguida por uma análise criteriosa, podendo esta ser a curto ou a longo prazo, dependendo da gravidade do quadro em que se encontra o contaminado. Exames serão requisitados para averiguação do histórico do paciente – aqui já podemos chamá-lo de um – para que se obtenha um diagnóstico preciso.

O problema muitas vezes não está no tipo em si, mas na forma aleatória que estes são utilizados, banalizando-os, transformando-os em vírus. O ‘Comicus Sanicus’ é um deles. Conhecido popularmente como ‘Comic Sans’, este reside em todas as ‘caixas de fontes’, sendo um dos – senão o maior deles - que mais atinge a população. É visto em todas as formas de mídias possíveis. A sensação que temos é de que estamos sendo perseguidos! Seu uso constante o fez e ainda o faz figurar entre os principais causadores de epidemias, chegando a superar a famosa e não menos epidêmica ‘Arial’ em muitos aspectos.

Aos designers, o meu apoio. Ao público, um alerta: a organização mundial de saúde da comunicação visual adverte que a auto-medicação pode ser prejudicial. Informe-se, procure profissionais indicados e visite-os regularmente.

Analogias a parte, manifesto-me em caráter profissional e com seriedade. Não se pode controlar o gosto das pessoas, a visão estética e muito menos invadir ou obrigar que alguém não use mais determinados tipos ou que pare de fazer tudo por conta própria. A verdade é que existe um self-service disponível a todos, uma acessibilidade que cresce a medida que mais e mais ferramentas são criadas e disponibilizadas ao grande público. Fato. Mas é preciso que haja discernimento. Certas coisas devem ou deveriam ser feitas por profissionais. Fato.

Cuide-se.