segunda-feira, 20 de julho de 2009

LETRA&MÚSICA

Me deparei outro dia com um nome cuja grafia, ao contrário do que eu supunha quando o ouvi pelo rádio, escreviasse com "U" ao invéz de "W". Apenas sua pronúncia não seria motivo suficiente para o mesmo ser colocado em pauta mas, ao vê-lo impresso, impossível não sentir a nítida falta de diálogo entre as letras. Diria até que algumas delas estavam completamente 'fora de compasso'. Bem, neste caso nada além de um breve comentário poderia ser feito. Consumado está. Afinal, trata-se de uma pessoa que assim como eu e você, recebeu um nome, um conjunto de letras e uma sonoridade. Identificamos e somos identificados assim. Ainda existem aqueles que são agraciados e ganham lindas melodias. Viram música.
A partir do momento que este conjunto torna-se objeto de estudo para ganhar 'vida' como uma marca, a maneira de absorvê-lo e de comunicá-lo tanto visual como verbalmente adquire outras proporções. Dependendo do contexto, proporções gigantescas.
A análise desses caracteres quanto ao que cada um deles poderá oferecer - em termos de tamanho, forma, espessura do traço, contraste, inclinação - se faz necessário, para então serem criadas particularidades que identificarão o nome escolhido.
Eis então que estaremos diante do nascimento de um 'logotipo' e posteriormente, de uma marca. Tais letras precisam coexistir em perfeita harmonia e equilíbrio com o propósito conceitual definido entre designer, cliente e o seu target.
Detalhes como variações entre maiúsculas e minúsculas, número de caracteres, acentuação, letras que irão se repetir, nomes curtos ou longos e outros pontos relevantes ao processo, fazem uma imensa diferença no momento em que são desenhadas. Portanto, um nome nunca será apenas um punhado de caracteres dentro de um projeto de design. Compôr uma marca está muito além de meras fontes escolhidas aleatoriamente nas listagens de qualquer computador.
Enquanto que para uns são apenas letras, para muitos e muitos outros são letras e música.